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Credit: Nick Jaussi

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Recursos para Jornalistas Mulheres – Capítulo 1: Mulheres na Liderança

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O jornalismo como indústria tem sido um lugar solitário para as mulheres, e o jornalismo investigativo ainda mais. Esse foi o consenso nas sessões organizadas pela GIJN Women on Leadership.

O painel foi composto por editoras atualmente à frente das principais organizações de jornalismo investigativo do mundo: do Bureau of Investigative Journalism (TBIJ) do Reino Unido, do Wole Soyinka Centre for Investigative Journalism da Nigéria, do site investigativo de Taiwan The Reporter, do Pulitzer Center nos Estados Unidos, e do Arab Reporters for Investigative Journalism (ARIJ), com sede na Jordânia.

Com base em décadas de experiência coletiva, as palestrantes detalharam como chegaram ao topo, apesar dos desafios enfrentados pelas mulheres em muitas redações. Elas também apontaram os passos que lhes permitiram defender a si mesmas e a outras na área. Aqui estão onze de suas dicas para repórteres investigativas que se identificam como mulheres. Para mais informações, os leitores podem assistir ao vídeo completo do painel da GIJC21 abaixo.

1. Abandone o arquétipo do Lobo Solitário

Rachel Oldroyd, ex-editora e CEO do TBIJ, disse que a imagem predominante de um repórter investigativo como um “lobo solitário”, investigando uma história sozinho, está desatualizada. Ela argumenta que os jornalistas precisam deixar de lado essa ideia e abraçar o fato de que muitas mulheres trabalham em equipe e isso pode trazer seus próprios benefícios, especialmente em termos de jornalismo investigativo colaborativo. “Nós tendemos a ser melhores em compartilhar, colaborar, fazer networking, ter empatia, e todas essas habilidades são extraordinariamente importantes no jornalismo investigativo”, disse ela, acrescentando que as mulheres também podem dar mais ênfase para a importância dessas ideias para o jornalismo.

2. Saiba que nem toda carreira é linear

Marina Walker Guevara, editora executiva do Pulitzer Center, trabalhava como repórter sênior na Argentina quando decidiu se mudar para os Estados Unidos. Na época, sua família achou que a mudança era um retrocesso, pois ela saiu de uma posição de reportagem de alto nível para se tornar estagiária no Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Mas, à medida que ela subia na hierarquia, o que parecia só uma aposta para alguns, valeu a pena: mais tarde ela se tornou vice-diretora do ICIJ e depois diretora de iniciativas estratégicas da organização. Ela sugere que as mulheres adotem a ideia de que suas carreiras nem sempre são previsíveis e observa que as trajetórias de trabalho nem sempre seguem um caminho reto ou continuam na mesma direção.

Walker também aconselha: carreiras são uma combinação de intencionalidade, acaso e pontos de virada. Esteja pronta para ser flexível e abraçar novos rumos em sua carreira, enquanto mantém o foco no prêmio (seja qual for o prêmio). Quando você se encontrar em um desses momentos de “virada” em sua carreira, faça uma pausa e construa três listas:

  • No que eu sou boa? Seus talentos, pontos fortes e superpoderes; Peça aos colegas que também lhe apresentem suas perspectivas.
  • O que é importante para mim? Não apenas em termos de trabalho, mas de forma mais ampla.
  • Que organizações ou equipes admiro e por quê? Inclua alguns que não estão em seu campo ou especialização atual.
3. Descubra se você sofre da síndrome do impostor

A síndrome do impostor é aquela voz interna que lhe diz que você não é bom ou capaz o suficiente, mesmo que todas as evidências sobre você e sua carreira mostrem o contrário. Muitas pessoas sofrem da síndrome do impostor em nossa profissão, mas raramente falamos sobre isso.

Aqui estão algumas dicas de Walker Guevara para acabar com essas dúvidas internas incômodas:

  • Reveja um trabalho do qual você se orgulha ou um ótimo feedback que você recebeu de um colega, leitor ou supervisor.
  • Mantenha uma “equipe SWAT” de colegas ou amigos que o conhecem e conhecem seus talentos. Procure por eles e diga-lhes o que você está sentindo. (Dar um nome aos sentimentos é um bom primeiro passo!) Eles saberão o que fazer.
  • Envolva-se em atividades fora do trabalho, seja andar de bicicleta, boxe, pintar ou, como eu, jogar pickleball. Desenvolva suas paixões não jornalísticas e, em seguida, traga a energia resultante e a sensação de realização para seu trabalho.
  • Se você é um gerente, uma das melhores coisas que você pode fazer pela sua equipe é fornecer feedback frequente e específico a cada pessoa. Isso inclui aqueles que têm melhor desempenho do que o esperado – eles podem estar lutando contra sua própria síndrome do impostor, apesar de suas muitas realizações.
  • Pratique a “deslealdade institucional”. Este é um conceito que ouvi pela primeira vez na Universidade de Stanford. Isso não significa prejudicar a organização que você ama. Pelo contrário, significa priorizar a si mesmo e separar sua identidade da do seu local de trabalho para que você possa estar no seu melhor (e mais saudável) quando estiver atuando. De onde você deriva sua validação interna? É exclusivamente do trabalho? Se este for o caso, talvez seja hora de uma mudança de vida.
4. Procure outras editoras

Oldroyd reforça às mulheres que lutem para que suas perspectivas sejam ouvidas nas redações e por editores comissionados, e ressalta que é importante contar histórias centradas nas mulheres que no passado não receberam o devido destaque. Ela acredita que isso está mudando, já que histórias globais recentes, centradas em mulheres e suas experiências, estão ganhando prêmios e recebendo cliques do público também. E ainda, que essas histórias premiadas podem servir de modelo e serem usadas por repórteres como exemplo para defender trabalhos semelhantes em suas redações .

5. Use dados para defender o seu caso

Motunrayo Alaka, diretora executiva e CEO do Wole Soyinka Centre, incentiva as mulheres a usarem os dados para sua causa. Ela disse ao público que havia feito sua própria pesquisa sobre a “masculinidade da redação” e descobriu que na Nigéria há duas mulheres para cada dez homens no nível gerencial e duas mulheres para cada sete homens no nível de diretoria. Isso, disse ela, não apenas permitiu que ela desafiasse a administração, mas também defendesse a contratação de mais mulheres por razões éticas e econômicas.

6. Peça ajuda e suporte

Oldroyd disse que as mulheres também deveriam pedir mais segurança e apoio se é isso que elas precisam das redações, especialmente ao trabalhar em histórias mais sensíveis, como investigações “#MeToo” sobre homens poderosos e assédio. “Histórias centradas em mulheres geralmente são muito difíceis e exigem apoio adicional porque você está conversando com fontes muito vulneráveis, como vítimas de estupro ou o movimento #MeToo”, disse ela, acrescentando que isso pode levar a “trauma vicário”. Dê a si mesma um descanso e tome alguma distância da luta ocasionalmente.

7. Seja autêntica com seu estilo de gestão

Sherry Lee, editora-chefe do inovador The Reporter de Taiwan, adverte que é comum que adjetivos pejorativos como “mandona” ou “emocional” sejam usados ​​para descrever líderes femininas, mas não homens na mesma posição. Um de seus colegas lhe disse uma vez: “Sherry, você interpreta muito bem a policial má”. No início, ela não sabia como responder, mas quando outro colega usou as mesmas palavras, ela sabia que tinha que responder. Ela disse a eles que, como líder, seu trabalho era assumir responsabilidades, e aquilo era exatamente o que ela estava fazendo. “Também pedi a eles que não se referissem a mim dessa maneira novamente”, disse ela, o que lhe permitiu traçar um limite. Ela acredita que diferentes mulheres têm diferentes estilos de gestão, que devem abraçar ao invés de mudar com base em preconceitos da redação.

8. Adapte-se de novo e de novo

Enquanto Walker Guevara enfatiza a importância da flexibilidade em nível pessoal, a diretora-geral da ARIJ, Rawan Damen, concentra-se na adaptabilidade e flexibilidade em nível organizacional e profissional. Embora os jornalistas possam sempre planejar, eles também devem ser capazes de mudar de rumo quando as situações exigirem. “Você precisa se adaptar muito e planejar muito”, disse Damen, enfatizando que flexibilidade e ter um plano são “dois lados da mesma moeda”.

9. Fique de olho no esgotamento

“Estudos após estudos mostraram que o esgotamento afeta mais mulheres do que homens”, observou Walker Guevara, sugerindo que isso pode ser devido à diferença em como homens e mulheres definem suas prioridades. Ela se lembra de uma época, em sua própria carreira, em que tinha as palavras “O fracasso não é uma opção” impressas em uma camiseta. Ela disse que é esse tipo de pressão que pode levar ao esgotamento, mas que percebeu a importância de aprender a dizer “não”, estabelecer limites e comunicar esses limites.

10. Nutra a próxima geração de líderes

Alaka disse que é importante não apenas se defender, mas também encorajar e orientar outras mulheres. Além de fazer uma chamada para candidaturas a cargos específicos, ela também procura mulheres jornalistas analisando histórias para encontrar possíveis candidatas, conversa com jornalistas mulheres em conferências e pede a outros editores que recomendem alguém que conheçam. “Quando uma mulher vence, todas as mulheres vencem, porque você é capaz de abrir caminho para outras”, disse ela.

Alaka recomenda ajudar as mulheres em três áreas principais: liderança, integração de meninas e mulheres nas notícias e reportagem investigativa. Forneça a oportunidade para a prática imediata. É particularmente importante colocar as candidatas em projetos que as ajudem a colocar imediatamente em prática as lições aprendidas sobre liderança e seu trabalho como repórteres.

11. Lembre aos gerentes masculinos a perspectiva feminina

Quando você se vê sendo a única mulher em uma reunião de gerentes, Oldroyd aconselha que você se envolva, exponha seus pontos de vista e enfatize ao grupo que, como a única mulher na sala, sua perspectiva é especialmente importante.

Livros sobre gestão, liderança e esgotamento

Sem neura: O segredo para lidar com as emoções no trabalho por Liz Fosslien e Mollie West Duffy. Este livro habilmente ilustrado ajudará você a entender suas emoções e as de seus colegas no local de trabalho, bem como a lidar com elas. Dicas práticas e úteis ajudam você a decidir quais emoções “jogar fora, quais guardar para si mesmo e quais expressar para ser mais feliz e mais eficaz”. Mais recursos das autoras estão disponíveis em seu site, incluindo guias curtos sobre conversas difíceis e avaliações de emoções no trabalho.

Como as Mulheres Chegam ao Topo: Elimine os 12 hábitos que impedem você de alcançar seu próximo aumento, promoção ou emprego, por Sally Helgese e Marshall Goldsmith. “Assim como o original ‘O que te trouxe até aqui não é o que vai te levar até lá’, este novo livro ajudará as mulheres a identificar comportamentos específicos que as impedem de realizar todo o seu potencial, não importa em que estágio estejam em suas carreiras. Também as ajudará a identificar porque o que funcionou para elas no passado não as levará necessariamente aonde querem ir no futuro – e como finalmente abandonar esses comportamentos para que possam avançar para o próximo nível, seja qual for.” Encontre mais recursos dos autores em seu site.

Projetando sua vida profissional: como prosperar, mudar e encontrar a felicidade no trabalho, por Bill Burnett e Dave Evans. Este livro espera ajudar os leitores a “transformar nossas vidas profissionais e criar um emprego dos sonhos que seja significativo sem necessariamente mudar o emprego que temos”.

Burnout: O segredo para romper com o ciclo de estresse, por Emily Nagoski e Amelia Nagoski. As mulheres experimentam o esgotamento de forma diferente dos homens. Este livro fornece “um plano simples e baseado na ciência para ajudar as mulheres a minimizar o estresse, gerenciar emoções e viver uma vida mais alegre”.

Conversas difíceis: Como discutir o que é mais importante, por Douglas Stone, Bruce Patton e Sheila Heen. Com base em 15 anos de pesquisa no Harvard Negotiation Project, este livro orienta você por meio de uma abordagem comprovada, passo a passo, para ter suas conversas mais difíceis com menos estresse e mais sucesso.

Franqueza Radical, por Kim Scott. Outro best-seller sobre gestão, este livro prega “orientação e feedback que são gentis e claros, específicos e sinceros”. O site do livro inclui várias dicas para download e vídeos gratuitos que gerentes podem usar para melhorar suas comunicações no trabalho.

Guia da Harvard Business Review para lidar com conflitos, por Amy Gallo. Este livro afirma que a ajudará a entender as fontes mais comuns de conflito; explore suas opções para resolver um desacordo; reconhecer se você – e seus colegas – normalmente buscam ou evitam conflitos; preparar e se envolver em conversas difíceis; gerir as suas emoções e as dos seus colegas; desenvolver uma resolução conjunta; e saber a hora certa de ir embora.

A coragem para liderar: Trabalho duro, conversas difíceis, corações plenos, por Brene Brown. “A liderança ousada em uma cultura definida por escassez, medo e incerteza requer a construção de habilidades em torno de traços que são profundamente e exclusivamente humanos. A ironia é que estamos optando por não investir no desenvolvimento dos corações e mentes dos líderes, ao mesmo tempo em que lutamos para descobrir o que temos a oferecer que as máquinas e a IA não podem fazer melhor e mais rápido. O que podemos fazer melhor? Empatia, conexão e coragem, para começar”.

Trabalho feliz: O que os grandes chefes sabem, de Jill Geisler. Por muitos anos, Geisler dirigiu os programas de liderança e gestão do Instituto Poynter. “Este livro é para todos que desejam desenvolver as habilidades essenciais que ajudam os outros a fazer seu melhor trabalho. Devido à sua natureza prática e fácil de usar, é especialmente bom para equipes de gerentes que desejam aprender juntos”.

Workshops, sites e recursos adicionais de liderança

Juntas somos mais fortes: Estratégias para mulheres jornalistas investigativas. As jornalistas compartilham experiências que destacam a importância de construir redes e criar comunidades de apoio.

A Poynter Leadership Academy for Women in Media é um programa desenvolvido para mulheres que gerenciam diretamente pessoas e estão nos primeiros cinco anos de experiência formal de liderança. Você também pode se inscrever no The Cohort, o boletim informativo do Poynter para “mulheres arrasando na mídia digital e no jornalismo”.

OpenNews é uma organização sem fins lucrativos que visa criar um futuro onde as redações sejam antirracistas, equitativas, inclusivas e colaborativas. O site deles é um ótimo recurso para gerentes. Saiba mais sobre os programas Open News e como você pode se envolver. Confira o canal de gerenciamento de projetos Slack da Coalizão DEI, mas também leia os recursos públicos para obter mais conselhos sobre gerenciamento.

O The Management Center oferece ótimos conselhos sobre como gerenciar uma equipe com sucesso. Este é um ótimo recurso, especialmente para organizações que estão começando do zero, pois oferece várias ferramentas úteis para gerentes, como modelos de avaliação e gerenciamento de tempo.

O The Self-Investigation presta serviços que visam melhorar o bem-estar dos profissionais de mídia. É liderado por treinadores e coaches certificados e multilíngues. A cofundadora Mar Cabra, era uma jornalista investigativa do ICIJ, que depois de ganhar um Prêmio Pulitzer em 2017 deixou de reportar por causa do esgotamento. Alguns dos webinars são gratuitos, outros custam algumas centenas de dólares.

Harvard Business Review, a revista de negócios publicada pela Harvard Business Publishing.

Team Community oferece recursos para gerenciar organizações sem fins lucrativos.

Financial Literacy for Women, uma série gratuita de workshops criados pela Harvard Kennedy School.

On Female Leadership, Learning and Paths (Sobre Liderança Feminina, Aprendizados e Caminhos). Nestes tempos em que as mulheres precisam se capacitar para ir mais longe juntas, leia este artigo sobre como as mulheres trabalham juntas para avançar pela Diretora Adjunta da GIJN, Gabriela Manuli.

Sincerely, Leaders of Color: It’s Time to Own Our Biases (Atenciosamente, Líderes de cor: é hora de assumir nossos preconceitos), de Julia B. Chen, foi escrito para todos na indústria do jornalismo que se preocupam em criar um ambiente mais favorável para jornalistas negros fazerem seu melhor trabalho.

Working Women: Valerie Jarrett and the Importance of Mentorship, um episódio do podcast de Michelle Obama sobre mentoria.

Os perigos de uma cultura de realização” inclui vários links de livros para se aprofundar mais no tópico.

Carreiras

Vídeos: Mulheres e Jornalismo Investigativo: Dicas de Liderança. A GIJN foi curadora desta sessão no Fórum Internacional de Jornalismo iMEdD.

5 modelos básicos de e-mail para freelancers negociar taxas mais altas. (Kaitlyn Arford)

As revisões anuais podem ser preocupantes para as mulheres. Aqui estão dicas para ajudá-la a se preparar. (The Lily)

As semanas de trabalho de quatro dias podem ajudar as mulheres? Mais empresas estão testando. (The Lily)

O jornalismo não pode continuar perdendo mães e outros cuidadores familiares. (Poynter)

‘Exposição’ não paga as contas. Veja como receber o que você vale. (NPR)

Nota do Editor: Uma versão deste artigo foi publicada em 18 de novembro de 2021, escrita por Amel Ghani, da equipe da GIJN. Adições foram feitas posteriormente por Gabriela Manuli e Nikolia Apostolou.

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