Image: Shutterstock, Thapana Onphalai
GIJN lança ferramenta de avaliação de segurança para jornalistas
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Cada vez mais, jornalistas e suas fontes em todo o mundo estão sendo hackeados, assediados, vigiados e atacados por pessoas que foram alvos de reportagens, organizações criminosas, governos e representantes agindo em nome de autocratas e oligarcas.
Em resposta, a GIJN – com o apoio generoso da Fundação Ford – tem o orgulho de lançar um guia de avaliação de segurança inédito para grupos de jornalismo vigilante na Conferência Global de Jornalismo Investigativo 2021: a Ferramenta de Avaliação de Segurança do Jornalista (JSAT, na sigla em inglês).
Adaptada por especialistas em segurança do programa BUILD da Fundação Ford a partir de uma ferramenta de segurança cibernética que eles desenvolveram para proteger ONGs, a JSAT é uma ferramenta de auto avaliação gratuita, baseada em perguntas, que oferece soluções práticas adaptadas ao perfil e vulnerabilidades de cada redação. O questionário leva cerca de uma hora para ser concluído e é seguido por um diagnóstico instantâneo da segurança e resiliência digital e física de uma organização.
Como os ataques e violações agora vêm de todas as direções – das identidades digitais dos repórteres às comunicações com fontes, bem como das ruas – as recomendações para amenização de risco a seguir falam sobre documentação, política, risco emocional, treinamento, viagem, dados, mensagens e segurança física. A avaliação é projetada para necessidades de repórteres no mundo real e inclui modelos de ameaças, ferramentas de criptografia de código aberto amigáveis e explicações de “por que recomendamos isso”.
A JSAT foi lançada em um workshop de segurança para jornalismo durante a #GIJC21 e é um dos quatro principais guias lançados durante a conferência online. Outros guias cobrem crime organizado, orientações para blindar suas histórias investigativas e recursos para a criação de unidades de vídeo para redações pequenas.
“A JSAT oferece uma visão holística sobre a proteção do trabalho do jornalista”, diz a especialista em segurança da informação Runa Sandvik – co-criadora da ferramenta. “Portanto, em vez de ‘apenas’ se concentrar, digamos, na segurança física em uma situação de alto risco, a ferramenta também levará em conta as formas de proteger dados e comunicações”.
Com o assédio online em alta – especialmente de mulheres jornalistas e freelancers – e a vigilância digital em uma nova área de crise, Sandvik diz que os jornalistas, em particular, precisam de um roteiro acessível para melhorar a segurança em todos os níveis.
Mas a ferramenta, ela enfatiza, funciona melhor como uma solução para equipe.
“Incentivamos fortemente os jornalistas a discutirem a ferramenta JSAT com seus editores, TI e equipe de segurança”, afirma Sandvik. “Existem muitas ferramentas que examinam como um indivíduo pode melhorar sua própria segurança. O objetivo da ferramenta JSAT é garantir que a organização também possa aumentar seu nível de proteção”.
“Agradecemos ao inovador programa BUILD da Fundação Ford, que forneceu a experiência e o suporte para fazer isso acontecer”, observa David E. Kaplan, diretor executivo da GIJN. “Esta é uma importante contribuição para a construção de resiliência em meios de comunicação independentes em todo o mundo”. A equipe da Fundação Ford inclui Matt Hansen, Matt Mitchell e Runa Sandvik e, do lado da GIJN, Anne Koch e Emily O’Sullivan.