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Speakers at the "Source Safeguarding: Protecting Whistleblowers and Leaks" panel at GIJC25
Speakers at the "Source Safeguarding: Protecting Whistleblowers and Leaks" panel at GIJC25

Palestrantes no painel "Proteção de Fontes: Protegendo Denunciantes e Vazamentos" na GIJC25. Imagem: Vivian Yap Wei Wen para GIJN.

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Conselhos de especialistas para manter suas fontes e denunciantes em segurança

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Jornalistas investigativos enfrentam hoje um cenário cada vez mais hostil. A vigilância é generalizada, denunciantes correm imensos riscos pessoais e o simples ato de contatar um jornalista pode desencadear consequências de longo alcance – mas existem maneiras de proteger suas informações e suas fontes, afirmaram jornalistas veteranos e especialistas em segurança durante um painel na 14ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo.

A proteção da fonte exige mais do que apenas aplicativos criptografados e comunicação cautelosa, disseram os palestrantes – Arnaud Ouédraogo, coordenador da rede investigativa Cenozo na África Ocidental, Paul Radu, cofundador e chefe de inovação do Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), Delphine Halgand-Mishra, diretora executiva fundadora da The Signals Network, e Runa Sandvik, fundadora da Granitt – à plateia.

Exige planejamento cuidadoso, um profundo conhecimento dos ambientes de ameaças digitais e físicas e disposição para adaptação, explicaram os especialistas durante a sessão “Source Safeguarding: Protecting Whistleblowers and Leaks” (Proteção de Fontes: Protegendo Denunciantes e Vazamentos).

Acima de tudo: é crucial sempre considerar os riscos legais, físicos e digitais – se você negligenciar algum deles, corre o risco de exposição ou danos.

Mantenha seu ambiente digital seguro

Manter a comunicação digital e os dados seguros é fundamental para o jornalismo investigativo. Embora possa parecer complexo, existem algumas medidas simples que você pode tomar para garantir que sua comunicação digital seja o mais segura possível.

“A boa notícia é que as ferramentas necessárias para trabalhar com segurança existem”, disse Sandvik. “Você precisa se sentir confortável ao usá-las, mas elas estão disponíveis”.

  • Ative a autenticação de dois fatores.
  • Use aplicativos de mensagens criptografadas.
  • Se os recursos permitirem, tenha um laptop e um telefone apenas para investigações confidenciais.
  • Anonimize sistematicamente os dados confidenciais em suas comunicações. Por exemplo, você pode salvar o contato de uma pessoa com um nome diferente.
  • Criptografe todos os documentos confidenciais (VeraCrypt, Cryptomator).
  • Para obter uma lista completa de ferramentas e dicas, consulte os guias disponíveis.

Runa Sandvik, fundadora da Granitt, listando dicas para manter as fontes seguras em um painel da GIJC25. Imagem: Vivian Yap Wei Wen para GIJN.

Planeje sua investigação específica

Depois de se certificar de que tomou todas as medidas para a sua segurança geral, você precisa se certificar que você planeje as suas investigações específicas o máximo possível.

“Usar todas essas ferramentas… é apenas uma parte do quebra-cabeça”, alertou Sandvik. “Outra parte realmente muito importante é como você planeja seu trabalho”.

  • Certifique-se de ter um sistema de backup de dados em caso de comprometimento ou perda em um dispositivo apreendido. Embora não seja possível prevenir todas as ameaças, você pode se preparar para elas: a polícia pode prendê-lo, mas você pode garantir que eles não tenham acesso aos seus dados e que você tenha um backup.
  • Se possível, mantenha dados sensíveis em um local remoto ou com terceiros. As autoridades podem ter acesso aos seus dispositivos pessoais, à sua casa e ao seu escritório — mas se você mantiver dados e dispositivos sensíveis em um local alternativo — por exemplo, com um familiar — isso pode proteger você e suas fontes. (Observação: envolver um familiar na sua investigação de qualquer forma também pode expô-lo a riscos pessoais adicionais, portanto, consentimento e sinceridade são fundamentais antes de tomar essa medida.)
  • Planeje como suas fontes podem entrar em contato com você de forma segura, por exemplo, por meio de aplicativos de mensagens com criptografia de ponta a ponta.
  • Se você estiver cruzando fronteiras ou viajando para áreas sensíveis, certifique-se de bloquear o acesso à comunicação interna e ao armazenamento de dados do seu trabalho. Use um celular e um laptop descartáveis, se possível. Exclua o Signal e outros aplicativos antes de embarcar (após fazer backup das suas conversas) e reinstale-os assim que passar pela fronteira.
  • Certifique-se de que suas informações não estejam apenas nas mãos de uma única pessoa. A fragmentação da informação reduz o risco de uma fonte ser identificada ou ameaçada após a publicação da matéria: se elas forem as únicas que possuem informações específicas, poderão ser alvo.
  • Desligue seu celular ao se encontrar com uma fonte para falar de informações sensíveis.

Segurança emocional de denunciantes e fontes

Compartilhar informações com jornalistas pode ser extremamente estressante, especialmente se estiverem relacionadas a experiências traumáticas.

“Quando você conversa com uma fonte que está muito preocupada, muito estressada, existem maneiras de deixá-la mais confortável e também de fazê-la sentir que você é a pessoa certa para trabalhar”, disse Halgand-Mishra.

Arnaud Ouédraogo (à direita), coordenador da rede de investigação CENOZO, discute as ameaças à proteção das fontes de petróleo na África Ocidental. Imagem: Vivian Yap Wei Wen para GIJN.

Aqui estão dicas de como garantir que o denunciante ou a fonte se sinta o mais seguro possível:

  • A linguagem importa. Dê à fonte o controle da situação, informando-a sobre o processo, explicando antecipadamente o que acontecerá e qual o objetivo da conversa. Peça permissão para falar sobre a experiência delas, para que elas sintam que estão no controle. Por exemplo, você pode usar frases como “Tudo bem falarmos sobre X?” ou “Isso é o que eu gostaria de discutir com você hoje, tudo bem?”.
  • Deixe que elas mantenham o controle da situação. Às vezes, as fontes podem começar a se sentir emotivas ou começar a chorar. Pergunte se elas querem continuar ou fazer uma pausa — essa é uma forma de demonstrar que você se importa e fazê-las se sentirem no controle. Ao conversar com alguém que está traumatizado ou estressado, essa pessoa pode não apresentar as coisas na ordem mais lógica. Cheque com elas se você entendeu-as corretamente e repita com suas próprias palavras. Use frases como “Quero ter certeza de que ouvi isso direito”. Ao final da conversa, pergunte se a experiência foi aceitável para elas. Então, diga a elas que o que elas disseram foi importante, se você achar que valeu a pena — isso fará com que ela se sinta ouvida.
  • E se alguém expressar pensamentos suicidas? Não finja que não ouviu: você precisa abordar o assunto diretamente, pois você pode ser a única pessoa com quem essa pessoa compartilhou esses pensamentos. Mostre que é bom que ela tenha compartilhado isso com você: ela pode se sentir culpada por ter contado. Você pode dizer algo como: “Sinto muito em ouvir isso. Obrigado por compartilhar. Obrigado pela sua confiança.” Encaminhe-os a terapeutas para obterem ajuda profissional. Tente estabelecer um contato pessoal: ligue para a pessoa e pergunte como ela está naquele momento. Na próxima vez que conversar com ela — digamos, uma semana depois — fale com ela sobre esses sentimentos também. Não tenha medo de abordar o assunto.

Para obter mais dicas sobre como interagir com fontes, você pode se inscrever em um treinamento online gratuito da Signals Network para jornalistas no início de 2026.

Visualizando um futuro mais seguro para as fontes

O ambiente digital atual não é o mesmo de 10 anos atrás — existem mais ferramentas disponíveis para proteger sua comunicação online.

Atualmente, a fundação SIROS e o OCCRP estão trabalhando em um Passe de Imprensa Digital que visa dar aos cidadãos acesso a informações que possam ser usadas em investigações. “É baseado no princípio do anonimato verificado”, disse Radu. “Isso significa que você recebe uma identidade e compartilha o quanto quiser [da sua identidade]. Você escolhe o quanto quer compartilhar”.

O objetivo é realizar um teste piloto com 50 jornalistas de confiança, por enquanto, e expandi-lo para 1.000 pessoas no próximo ano. As organizações estão trabalhando em conjunto com os governos para avaliar como o programa pode ser implementado com segurança, garantindo tanto o anonimato quanto a verificação.

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