A cada dois anos, a Global Investigative Journalism Network apresenta o Global Shining Light Award, um prêmio que honra o jornalismo investigativo praticado em países em desenvolvimento ou em transição, feito sob ameaça, coação ou nas piores circunstâncias.
Neste ano, haverá duas categorias na premiação: Pequenos & Médios Veículos (organizações com equipes com até dez pessoas, incluindo freelances); e Grandes Veículos (redações com mais de dez pessoas na equipe). Os vencedores receberão uma placa, US$ 2.000 e uma viagem para a edição deste ano da Global Investigative Journalism Conference, em Hamburgo, onde receberão o prêmio diante de centenas de colegas de todo o mundo.
Inscrições de trabalhos devem ser feitos de forma online, de preferência. Se tiver qualquer dúvida sobre o prêmio, escreva um e-mail para shininglightaward@gijn.org.
Se o seu trabalho está em outra língua que não o inglês, você vai precisar enviar um resume detalhado em inglês de uma história impressa ou online, ou uma tradução em inglês de um roteiro de reportagem em vídeo.
A competição é animada. Em 2017, a premiação recebeu um recorde de 211 trabalhos de 67 países, quase o triplo do número registrado na premiação anterior, de 2015. A qualidade foi extraordinária. De 12 finalistas impressionantes, os juízes deram quatro prêmios para trabalhos publicados na Índia, Iraque, Nigéria e leste europeu.
Contexto
A cada ano, dezenas de jornalistas e profissionais de mídia são mortos – e centenas são atacados, presos ou ameaçados – apenas por fazerem seu trabalho. Muitas dessas violações à liberdade de expressão ocorrem em países em desenvolvimento, e geralmente durante conflitos militares. Há diversos prêmios internacionais que reconhecem esses ataques à liberdade de expressão.
Mas há uma outra tendência clara que surge na análise de ataques globais a repórteres e à mídia. Mais e mais jornalistas estão sendo mortos, e veículos atacados, porque eles estão empreendendo esforços importantes em jornalismo investigativo – expondo verdades desconfortáveis, jogando luz sobre corrupções sistêmicas e fiscalizando o poder em sociedades ansiosas por democracia e desenvolvimento. Há mais jornalistas mortos a cada ano cobrindo corrupção e política do que há mortos cobrindo guerras, de acordo com o Comitê para Proteção dos Jornalistas.
Em nome da comunidade global de jornalismo investigativo, a GIJN tem o prazer de reconhecer e celebrar esses corajosos repórteres investigativos e os seus trabalhos. Leia mais sobre os vencedores anteriores e suas histórias investigativas marcantes abaixo.
Critérios
O jornalista, ou equipe de jornalistas, ou veículo de mídia publicou reportagem investigativa e independente, que:
- Teve origem e afetou país em desenvolvimento ou emergente;
- Foi veiculada ou publicada entre 1º de janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2018;
- Teve natureza investigativa;
- Revelou um problema, mal feito, ou sistema de corrupção que afetou gravemente o bem comum;
- E fez isso diante de aprisionamento, violência contra eles e suas famílias, ou ameaças e intimidações.
Vencedores anteriores
2017 (prêmio dividido)
Inside the Massive Extrajudicial Killings in Nigeria’s South-East e How the Onitsha Massacre of Pro-Biafra Supporters was Coordinated
Journalist: Emmanuel Mayah; Editor: Musikilu Mojeed. (Premium Times, Nigeria)
Project No. 1
Journalist: Asaad Al-Zalzali; Photography: Thaer Khalid (Beladi TV channel, Iraq)
Menção Honrosa
Making a Killing
Reporters: Lawrence Marzouk, Ivan Angelovski and Miranda Patrucic; Additional reporting: Atanas Tchobanov, Dusica Tomovic, Jelena Cosic, Jelena Svircic, Lindita Cela, RISE Moldova, Pavla Holcova, Stevan Dojcinovic and Pavle Petrovic; Editors: Drew Sullivan, Jody McPhillips, Rosemary Armao, Gordana Igric and Anita Rice (Balkan Investigative Reporting Network and the Organized Crime and Corruption Reporting Project)
Menção Honrosa
Gujarat Files: Anatomy of a Coverup
Journalist: Rana Ayyub (self-published)
2015 (prêmio dividido)
Unholy Alliances
Journalists: Miranda Patrucic; Dejan Milovac; Stevan Dojcinovic; Lejla Camdzic, Drew Sullivan, Jody McPhillips, Rosemary Armao (Organized Crime and Corruption Reporting Project)
Empire of Ashes
Journalists: Mauri König with Albari Rosa and Diego Antonelli (Brazil); Martha Soto (Colombia); and Ronny Rojas (Costa Rica), Gazeta do Povo, Brazil
Menção Honrosa
Yanukovych Leaks
Journalists: Dmytro Gnap; Anna Babinets; Vlad Lavrov; Oleksandr Akimenko; Katya Gorchinskaya; Natalie Sedletska; Oleg Khomenok; Mariya Zemlyanska; Olesya Ivanova; Maksym Opanasenko; Kateryna Kapliuk; Denys Bigus.
2013*
Azerbaijan Corruption
Journalists: Khadija Ismayilova, Nushabe Fatullayeva, Pavla Holcova, and Jaromir Hason in a collaboration by the Organized Crime and Corruption Reporting Project, Radio Free Europe, and the Czech Center for Investigative Journalism
Menção Honrosa
Taxation without Representation
Journalists: Umar Cheema, Center for Investigative Reporting in Pakistan
2011
Secret Diaries
Journalists: James Alberti, Katia Brembatti, Karlos Kohlbach, and Gabriel Tabatcheik, Gazeta do Povo and PRC Television, Brazil
2010
Investigating the Economic Structure Behind the Moldovan Regime
Journalists: Vitalie Calugareanu (Moldova), Vlad Lavrov (Ukraine), Stefan Candea (Romania), Dumitru Lazur (Moldova), and Irina Codrean (Moldova)
2008
Gangsterism and the Faulty Legal System
Journalist: Sonali Samarasinghe (Sri Lanka)
2007
Power Brokers
Journalists: Paul Christian Radu and Sorin Ozon, Romania Centre for Investigative Journalism; Eldina Pleho and Alison Knezevic, Centre for Investigative Reporting in Bosnia; Stanimir Vlaglenov (Bulgaria), and Altin Raxhimi (Albania).
*OBSERVAÇÃO: A edição de 2013 do Global Shining Light Awards teve, originalmente, dois vencedores. Mas, devido a controvérsias sobre o trabalho de seus jornalistas, o Sunday Times da África do Sul negou o prêmio dado para a história Cato Manor: Inside a South African Police Death Squad.